sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O melhor e o pior da TI em 2007

A Folha realizou uma pesquisa com 27 especialistas de tecnologia do Brasil e do mundo (de blogueiros a CEOs), para selecionar os melhores e os piores da tecnologia em 2007. A reportagem completa está aqui.

Abaixo alguns comentários sobre o melhor e o pior, que são antagonicamente, o iPhone e o Windows Vista, ou seja, dois produtso com características de inovação.

O pior: Microsoft Windows Vista

Ainda não tive a oportunidade de usar o Windows Vista, mas a primeira impressão é que o sistema está tentando fazer o que o Mac OS já faz há algum tempo.

Mas acho que existem novidades além da interface, na própria concepção do sistema operacional. Mas também tenho certeza que não é este o fator mais importante quando os clientes estão procurando um sistema operacional.

O Windows Vista, o novíssimo sistema operacional da toda-poderosa Microsoft, foi considerado o pior produto de informática do ano por um eclético júri de especialistas brasileiros e estrangeiros ouvidos pela Folha ao longo deste mês. O resultado da escolha dos 27 jurados ecoa a seleção da revista norte-americana "PC World", que considerou o Vista a grande decepção do ano, e outras listas da imprensa especializada.

Apesar das vendas fabulosas --no ano fiscal de 2007, a Microsoft vendeu mais de 55 milhões de licenças do Vista--, houve forte reação desfavorável. E a Microsoft acabou aceitando o downgrade --a desatualização, a volta atrás: se você comprar um PC com Vista e não gostar, pode trocar o sistema pelo antigo Windows XP.

A própria Microsoft avalia: "Francamente, o mundo não estava 100% pronto para o Windows Vista", disse o vice-presidente corporativo da empresa, Mike Sievert, em entrevista à imprensa dos EUA.

O melhor: Apple iPhone

Conheci outro dia um cara que tem 5 iPhones e desenvolve aplicações para iPhones. O aparelhinho é fantástico, apesar de ter também um grande quantidade de restrições (nada que não seja contornável) ;-)

As empresas de telefonia estão fazendo fila para terem aqui no país a possibilidade de vender o iPhone. Basta agora acertarem no preço.

Longas filas de espera e preços salgados não impediram que o iPhone, da Apple, e o Wii, da Nintendo, fossem eleitos pelo júri da Folha como os melhores produtos de 2007, conquistando consumidores aficionados por tecnologia e dispostos a investir em gadgets de entretenimento. Os equipamentos receberam 14 votos e 7 votos, respectivamente.

Lançado no meio deste ano nos EUA (e sem previsão de chegar oficialmente ao Brasil), o iPhone se tornou alvo de hackers, que desbloquearam o aparelho, permitindo que ele funcionasse com outras operadoras que não a AT&T. Preço alto, conexão 2.5G e contrato vinculado foram criticados. Mas o design arrojado da Apple, a tela sensível ao toque e a multifuncionalidade do aparelho --que tem câmera fotográfica e MP3 player, navega na internet e, claro, faz ligações-- conquistaram os usuários.

"O iPhone inaugurou uma nova era em usabilidade de smartphones", diz Manoel Lemos, do BlogBlogs. "Bola fora por ainda estar bloqueado na maioria dos países", completa.

Conclusão

O que a Microsoft precisava fazer para ter os seus clientes 100% prontos para o Vista? O mundo estava pronto para o iPhone? O que a Apple fez para o mundo estar pronto para o iPhone? E o que Marketing tem a ver com isso tudo?

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Sua tecnologia é relevante?

Já tem um bom tempo que eu comecei a pesquisar sobre o OpenID, e tem também algum tempo que eu coloquei um artigo sobre o que se trata aqui neste mesmo blog. Quero falar de novo sobre o OpenID, mas sobre o aspecto da adoção da tecnologia.

Em síntese, o OpenID vem resolver o problema dos múltiplos logins e senhas para acessar diversos sites na internet. A idéia é usar um endereço único que seja validado externamente e repasse informações sobre você para o site que você quer acessar.

Ou, para exemplificar mais ainda, a autenticação é feita com base na relação de confiança: José conhece e confia na Maria, que conhece e confia no João. Logo, José confia no João. Assim, um site que você nunca acessou antes pega informações de um site que você indica e valida através de sua senha nele.

Existem várias tecnologias que fazem a mesma coisa, como SAML 1.0, Liberty ID-FF, SAML 2.0, Liberty WSF, Shibboleth, CardSpace, Higgins, e etc, mas o OpenID é o mais popular.

A iniciativa OpenID é liderada pela JanRain, e neste mês acaba de ganhar um aliado de peso: todo site hospedado no Blogger aceita agora autenticação OpenID. Ou seja, com isso, se você tem OpenID, mas não tem conta no Google, pode autenticar-se para validar seus comentários usando OpenID.

Apesar de existirem várias plataformas, várias tecnologias para atingir um mesmo objetivo, o que faz com que os usuários prefiram uma tecnologia ou a outra?

Existe uma plataforma similar ao OpenID, desenvolvida pela Microsoft, chamada CardSpace. Conceitualmente a idéia é muito parecida (não me perguntem quem veio primeiro, por que eu não faço idéia) porém a diferença está na concepção e nos resultados: O OpenId é um protocolo aberto, do qual ninguém é dono. O CardSpaces é uma iniciativa proprietária da Microsoft.

Duas semanas atrás estive pessoalmente com Ani Babaian, que é uma das pessoas da Microsoft tratando do tema de identidades e fiz algumas perguntas. Eu estava realmente curioso em entender o que leva os usuários a preferirem uma tecnologia a outra, neste caso.

A primeira, era sobre a diferença das plataformas: é tudo muito parecido mesmo (já vi isso antes). Uma das diferenças apontadas por ela é apenas que o CardSpace permite que eu coloque um certificador no meio do processo de validação, garantindo que eu seja quem eu digo que sou. Quando eu perguntei eu não sabia, mas o OpenID também tem isso.

A segunda pergunta, mais relevante, era sobre quantos sites, serviços ou provedores suportam CardSpace: neste caso a resposta foi tão insignificante que prefiro não comentar. Procure no site do CardSpace você mesmo e depois me conte. O OpenID tem (tinha) mais de 2000 sites, e acaba de ganhar um aliado de peso nesta conta, o Blogger, do Google.

E a terceira foi algo mais ou menos assim: "bom, já que o OpenID está indo tão bem, qual seria o futuro do CardSpace?" E ela me respondeu, que em algum momento no futuro, as tecnologias irão se encontrar.

Fica a pergunta: o que é preciso para definir os padrões que os consumidores/usuários irão escolher na internet? Como é definido que tecnologia é usada para uma coisa ou outra? Como uma empresa pode definir padrões? Basta ser uma das maiores empresas de software do mundo?

Bom, pra finalizar, o pessoal do OpenID acaba de anunciar que o MyOpenID (um dos principais sites de autenticação, também da JanRain) agora também suporta CardSpace.

PS: Quer um site excelente sobre identidade? Visite o blog do Kim Cameron, o Identity Weblog